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Sociedade de consumo

Temos demasiadas coisas ! Levámos anos e anos a acumular bens materiais, a maior parte coisas fúteis, de valor mais ou menos duvidoso, porque fomos educados naquela maldita ilusão de que um dia, aquele objecto iria fazer falta para qualquer coisa … iria ser útil para algo … mentira !!! não só provavelmente nunca servirá para nada, como até se algum dia nos ocorrer alguma utilidade para ele … irá ser de todo impossível encontrá-lo, perdido que está na imensa “floresta virgem” de toda a quinquilharia que fomos acumulando durante toda a nossa vida !!!
Quando por vezes nos dispomos a lançar mãos à obra e tentar desfazer-nos de parte dessas “toneladas”, somos frequentemente confrontados com o rídiculo de termos guardado isto, ou de termos juntado aquilo … mas geralmente o apelo da razão é breve e rapidamente ignorado, para pouco depois nos lançarmos novamente na tarefa de acumular mais uns largos kilitos de lixo, ou pelo menos “quase Lixo” … e brevemente a estante ou o armário que conseguimos vazar, estará de novo tão cheio, ou mais do que anteriormente.
Este esforço de acumulação, esta sede de possuir é uma das principais características das sociedades modernas. Ocupa uma parte cada vez mais considerável do nosso tempo, já que o caos, que se instala, obriga-nos a arrumar e a organizar, cada vez mais frequentemente.
Vivemos angustiados, porque já não cabemos nas nossas casas e muitos acabam por se endividar para comprarem casas maiores, onde possam meter mais coisas, mais … mais!
Não compreendemos, ou não queremos compreender que esse é um círculo vicioso, sem solução, já que quanto maior for a casa, mais coisas lá meteremos !!!
E depois quanto mais temos, maior é a angustia de virmos a perder, tudo isso que fomos diligentemente juntando . Receamos ser roubados, inundados, incendiados e passamos a coleccionar trancas, fechaduras e sistemas de segurança.
Chega a um ponto em que já não possuímos coisas, ou bens materiais … somos possuídos por elas !!! … Os bens que temos, tornam-se na realidade donos de nós !!!
Por isso tudo, cada vez sinto mais que a suprema liberdade é nada ter !
Ou pelo menos ter só aquelas coisas essenciais, que possam caber numa mochila, ou numa mala, facilmente transportável … cujo peso, não nos machuque as costas, e não nos entupa a alma !!!
O que vale mais a pena, não pesa nada, nem ocupa espaço …
A capacidade de ser feliz e de gozar a vida na sua plenitude, não depende do que possuímos … tem muito mais a ver com aquilo que somos, ou que conseguimos ser …
Utopias !!!! sem dúvida ! … Não deixam por isso de ser verdade ! ….

Ditaduras africanas

As imagens recentes do espancamento brutal do líder da oposição no Zimbabwe, trazem de novo à ribalta um assunto esquecido e ignorado: a tragédia de África.
Já não bastava toda a violência, racismo e exploração de muitos anos de colonialismo, que sufocaram em sangue e lágrimas, as legítimas aspirações dos povos africanos ... quando após as independências e as saídas mais ou menos á pressa dos brancos, eis que emergem os seus equivalentes negros, os sejam os racistas, sanguinários e ditadores, agora de raça negra, quiçá tanto ou mais brutais, que os adeptos do apartheid, agora derrotado.
Enquanto o Ocidente e o resto do mundo, olha para o lado e finge que não é nada com eles, as suas multinacionais e demais interesses capitalistas, vão ajudando a colocar no poder fantoches incultos, bossais e tremendamente sanguinários, cuja uníca função é enriquecer o mais rápidamente possível, á custa dos vastos recursos naturais dos respectivos países e fugirem dali para fora, antes que venha algum outro fantoche ainda pior, cortar-lhe a cabeça e roubar o que resta.
A dança das cadeiras não para, e depois dos Bokassas, dos Mobutus e dos Idi Amins, restam muitos outros para continuar a pilhagem selvagem de todo um continente e o genocídio de milhões, insignificantes migalhas, na mesa das ditaduras.
E o que dizer de Mugabe ? Primeiro foi resistente contra o Apartheid e conseguiu subtrair o Zimbabwe aos racistas brancos. Depois com o passar do tempo foi-se eternizando no poder, enquanto a arteriosesclerose lhe subia á cabeça e o tornava num velho ditador, tão mau e cruel como os demais. Agora só a sua morte pode salvar o Zimbabwe de uma catástrofe humanitária. Infelizmente parece que a ruindade conserva e estes velhos ditadores custam a morrer !!!

Vela e mar

Orquídeas

no Jardim de Mont Palace,

Funchal, Ilha da Madeira.

O dia da mulher

Numa sociedade ainda dominada pelos homens, seria teóricamente salutar que houvesse um dia da mulher.
Por mais que não seja para chamar a atenção para a condição de muitas mulheres, vítimas de exploração, maus tratos, violência doméstica e descriminação sexual.
Infelizmente não é isto que se passa no Portugal de hoje.
O dia da mulher é mais uma recriação comercial, mais uma oportunidade de consumo, como também o são o dia dos namorados, o dia da mãe e do pai e até o Natal.
Neste dia os Media bombardeiam as mulheres com todo o tipo de propostas, fortalecem-lhes o ego, na proporção inversa do que fazem nos restante 364 dias do ano, distribuem ilusões, piropos e dão-lhes bastante graxa.
Muitas mulheres, caem no engodo ... enchem o ego até quase rebentar, vestem os vestidos de festa, deixam os maridos de pantufas, fechados em casa, frente á televisão ... e saem á rua em hordas delirantes, ocupando restaurantes em jantares ruidosos e bem regados, invadindo discotecas, onde os únicos homens permitidos são os do strip masculino ... numa imitação do poder masculino, só que agora de sinal contrário ...
É ridículo, muito foleiro e uma grande fantochada ....
Principalmente porque no dia seguinte, para além de um grande ressaca, tudo volta á mesma de antigamente ... e a mulher continua a sofrer dos mesmos problemas, violências e humilhações ...
Felizmente que há muitas mulheres, que conseguem perceber o absurdo destes dias da mulher e entendem que a igualdade, a liberdade e a não discriminação, constrói-se no dia a dia, em casa, no trabalho e na sociedade.

Surf a remos

Surf .... a remos !

No Jardim do mar .

da Ilha da Madeira.

Profissão de risco.

Já há alguns anos, que por este país fora, professores são insultados, enxovalhados e agredidos.
Só agora, por conveniências de programação, as televisões decidiram noticiar o tema, mostrando alguns depoimentos mais ou menos chocantes, de professores agredidos e humilhados, por alunos ou seus familiares (sem que nada lhes tivesse acontecido).

Só agora o país e a opinião pública, descobriram com chocante hipocrisia, que afinal ser professor era uma profissão de risco.
Sinceramente, não estou a perceber !....
Há aqui uma enorme contradição, concerteza !
Então esses “malandros” são uma profissão de risco ?
Andaram-nos a dizer durante meses, que essa “malandragem” era faltista, desinteressada e não queria ensinar nada, às nossas inteligentes criancinhas …. E agora vem a ter pena deles e dizer que são uma profissão de risco, que devia ser protegida.
Não percebo nada ! Estou confuso.
Então não era ocasião para baixar o salário a esses “malandros”? …. Não era altura para impedi-los de subir na carreira ? … não era altura de pô-los a trabalhar mais, porque esses “malandros” não querem fazer nada? ….
Em vez disso, quer o Ministério da Educação castigar as nossas “doces” criancinhas, punir os seus maravilhosos e honestos familiares, que já nem sequer podem andar com uma faquita dentro da escola ….
Este país, realmente !....

O dia da não televisão.

A televisão é uma droga.
É até uma das mais perniciosas e terríveis, das muitas drogas que povoam a nossa sociedade do século XXI.
É o supremo manipulador das nossas consciências, que nos vai moldando subtilmente, de uma forma terrivelmente eficaz. Ela diz-nos o que devemos comer, o que devemos vestir, que bens devemos adquirir e consumir . Ela diz-nos como devemos pensar, o que está certo e o que está errado. Ela constrói os nossos heróis e mostra os nossos vilões. Ela determina os medos, as modas, os sonhos e os desejos.
Ela promove pessoas e destrói outras, de acordo com os interesses vigentes no momento.
Ela é o “instrumento supremo” do Big Brother, sem rosto, a que determina o que é aceitável e o que é rejeitável.
Ela é o mais eficaz vírus das sociedades modernas, a que poucos, muito poucos conseguem resistir.
Sim é verdade que todos (quase todos) somos dependentes dela, somos tele-dependentes, em maior ou menor grau e não o vale muito a pena, tentarmo-nos iludir rejeitando esta ideia.
Senão vejamos: quantos famílias conhece o estimado leitor, que não tenham uma televisão em casa ? Provávelmente nenhuma, não ? Na maior parte dos casos, tem não uma, mas duas, três ou até quatro televisões (nalguns casos, só falta terem na casa de banho !!!).
Quero dizer desde já, para evitar confusões, que eu também tenho televisão, não me estou a excluir, desta reflexão.
Esta situação preocupa-me, não só por nós, mas principalmente pelas crianças, pelos nossos filhos, que já nasceram à frente da televisão, cresceram com ela e são hoje uns consumidores desenfreados, do ecrã “mágico”, passando intermináveis horas à frente dela …
A televisão por vezes faz-nos pensar, mas cada vez mais funciona como hipnotizante, já que muitas vezes nos conduz a uma atitude passiva, em que tudo nos é apresentado já devidamente “cozinhado”, sem margem para qualquer acto de criatividade ou de imaginação da nossa parte …
Isso é grave, muito grave … torna-nos seres cada vez mais passivos, corta-nos a imaginação e a criatividade e torna a nossa vida numa espécie de estrada de sentido único, com “shopping centres” de cada lado, onde nos resta a liberdade de consumir e trabalhar, para pagar mais consumos …
Por isso venho aqui propor-vos algo: O dia da não televisão !!!
Um dia inteirinho sem televisão ! Nada, rigorosamente nada ! Nem para o pai, nem para a mãe, nem para os filhos .
De preferência também um dia sem computador, Internet, ou Playstation !
Um dia diferente, que irá apelar à vossa imaginação e criatividade. Um dia para inventar outros passatempos, para andar de bicicleta, ou de patins, para irem todos (pais e filhos) fazer um passeio a pé, um dia para ler um livro, para fazer um desenho, uma pintura, uma escultura colectiva. Um dia para jogar um jogo, daqueles antiguinhos com um tabuleiro e peças. Um dia para ir até ao campo fazer um piquenique, para andar de canoa, para ir até à piscina mais próxima dar umas braçadas. Um dia para ir á praia e lançar o papagaio com o seu filho. Um dia para levá-lo ao museu, para irem ver a exposição, para irem ao Zoológico, ou ao Circo.
Enfim há uma imensidade de hipóteses, que já nos tínhamos esquecido!
Mas atenção, para o sucesso de tal medida há que criar uma estratégia. Pense bem no que vai propor como alternativa. Tente que a medida seja tomada num consenso familiar e não a imponha de forma “ditatorial”. E não se esqueça, que os adultos tem que dar o exemplo e não podem fazer batota.
Experimente fazê-lo uma vez, sem qualquer prazo ou regularidade, para não assustar.
Se der resultado, tente gradualmente torná-la mais frequente, até conseguir chegar a uma situação “ideal” de fazê-lo uma vez por semana, num dia fixo.
Faça tudo isto, sem stresses e com muita criatividade.
Arrisca-se a que se torne maravilhoso, que seja esse o dia que os seus filhos e você vão recordar e não os outros, em que todas as tecnologias, estão ligadas, lá em sua casa.
Vá lá experimente ! Aprecie ! Goze a sua liberdade, sem intermediários !
E depois diga-me como foi … gostaria de saber ….

Descanso

OPA

A OPA falhou ! Viva a OPA!
Fiquei satisfeito com o falhanço da OPA sobre a PT.
Não sou especialista no tema, mas quis-me parecer que esta OPA não iria trazer nada de bom, nem para a empresa, nem para o país.
Iria trazer certamente trazer benefícios era para o Belmiro, que assim poderia enriquecer mais uns largos milhões, à custa de muitos despedimentos e da diminuição da já de si pobre concorrência, que agora existe na área das telecomunicações.
Confesso que não gosto do Belmiro Não por ser milionário, já que isso não o torna imortal (que eu saiba), mas porque é arrogante, pedante e convencido que ele é o maior e os outros são todos merda.
Como agora se viu, a merda por vezes também lhe cai em cima ! Talvez o sabor amargo da derrota o torne mais humano.
Quanto á PT, talvez o susto por que passou, lhe faça compreender que já não tem o monopólio das telecomunicações em Portugal, como sucedeu durante largos anos. Oxalá isso a torne uma empresa mais moderna e concorrencial e com mais respeito pelos seus clientes.