quarta-feira, junho 28, 2006

Palafita


sábado, junho 24, 2006

Crónicas de viagem 2

O português da fila da frente do avião, parecia um forcado ribatejano.
O semblante era carregado, o ar desconfiado, com mistura de arrogância e presunção e a todo o momento parecia que ia pôr as mãos na cintura e gritar: --- Eh touro !
Depois de sairmos do avião, voltei a encontrá-lo na fila do controle de passaportes. Parecia ainda mais chateado e olhava para todos os lados à espreita de algum policial, ou alguém mais que o pudesse incomodar.
--- Estes gajos , estão cada vez mais atrasados, proclamava o fulano.
Até que, pelo cheiro forte no ar , percebi o que se estava a passar. Escondido na mão do sujeito, um cigarro clandestino esfumaçava, enquanto ele dava umas passas furtivas, no intervalo de cada olhadela preocupada .
Por trás dele, um pouco acima da sua cabeça, uma tabuleta gigante dizia:
Proibido fumar !

quinta-feira, junho 22, 2006

Balancé

Interessante video de Sara Tavares

Reforma por um canudo

Desconto há 25 anos para a minha reforma . Esse desconto foi-me imposto de forma autoritária e ninguém me perguntou nada, como ninguém perguntou nada, aos outros milhões de portugueses (a “democracia” devia estar a dormir ou distraída, como aliás tem acontecido tantas vezes nos últimos anos).
Nesses primeiros anos de trabalho o ordenado era muito curto, durava a custo para metade do mês … o resto do mês passava-os a rapar os tachos e a pedir emprestado para dar de comer aos meus dois filhos, recém nascidos . O Estado estava-se cagando para mim, professor provisório era equivalente a servente de pedreiro … e tive que me desenrascar , nunca deixando de descontar para a “bendita” reforma, embora esse dinheiro me tivesse feito tanta falta na altura …
Hoje, 25 anos depois, continuo a descontar todos os meses . Acho no entanto, que não vou ter direito a reforma nenhuma !!! …
A reforma em Portugal é uma meta, que vai ficando mais longe a cada dia que passa. Por fim, eu e os outros com a minha idade, vão acabar por descobrir, que algures alguém roubou a fita …. e já não há meta nenhuma! … era uma miragem … um logro … uma história da Carochinha, que nos foram impingindo ao longo de todos estes anos …
Entretanto todos estes pulhas, que nos tem enganado e vão continuar a enganar, vão enchendo os bolsos, comprando carros, casas, empresas … e tendo o cuidado de pôr o dinheirinho do saque a salvo no estrangeiro, na Suiça (como o outro do sobrinho taxista, lembram-se ?), ou nalgum outro paraíso fiscal. Assim quando o “barco” (o país), definitivamente se afundar, estes ratos poderão dar o fora tranquilamente …. sem olhar para trás.
E perante isto, perante tantos sinais inequívocos de tanta pulhice, tanta sacanagem, o Zé portuga, o que é que faz ? ….
A resposta está á vista de todos … encolhe os ombros, volta a votar neles, põe uma bandeira à janela e senta-se tranquilamente á frente da tv, a beber uma bejeca e a apoiar a selecção milionária … no intervalo aproveita para comprar um bilhetinho do Euromilhões e sonha em ser bonito, rico, novo e famoso, como o Cristiano Ronaldo ….
Quando chegar aos 75 anos e deixar finalmente de trabalhar, o Estado falido e podre, há-de oferecer-lhe uma pílula alucinogénica, para morrer sem dor, prometendo-lhe uma estadia de cinco estrelas, nalgum hotel do céu .

quarta-feira, junho 21, 2006

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço!

Um ministro, na sua qualidade de alto representante da nação, deve ser um modelo de virtudes !
Evidentemente que qualquer cidadão tem direito à sua vida privada, é um ser livre … mas isso implica não só direitos como deveres !
E um dos deveres mais importantes é o de cumprir as leis, a que todos os cidadãos de um país estão sujeitos (muitas vezes até foram eles próprios que fizeram essas leis!).
Por serem ministros não estão acima da lei ! …. Nem são mais que os outros comuns cidadãos !...
Infelizmente nada disto se passa em Portugal …. Os ministros são os mais poderosos e sentem-se claramente acima das leis, que são apenas para a ralé … e evidentemente não se aplicam às suas próprias excelentíssimas pessoas ! Ponto final !
Isto tudo vem a propósito de uma cena caricata e bastante reveladora deste estado de espírito.
No avião que levou até Angola, o nosso primeiro ministro e toda a restante comitiva ministerial e respectivos convidados (deu para encher um Airbus), fumou-se abundantemente, apesar de ser proibido, não só pelas leis nacionais, mas também internacionais !!!
E mais, o regabofe foi tanto e a nuvem de fumo tão espessa, que até um dos assessores do Primeiro ministro, se sentiu mal e teve que receber oxigénio !!!
Um dos ministros (Roque Lino, das Obras Públicas) deu-se até ao luxo de levar um assessor especial, para carregar uma mala diplomática, onde transporta a sua colecção de 8 cachimbos !!! …
Como vêm esta “malta” diverte-se à grande !.....
Por pouco o avião não caiu, por intoxicação dos pilotos, ou excesso de nevoeiro a bordo !
Já não bastavam outros atropelos frequentes, como circular em viaturas oficiais, sem respeitar limites de velocidade … reformarem-se principescamente, antes dos 65 anos, como obrigaram aos restantes portugueses … ou não terem que soprar no balão, antes das reuniões do Conselho de Ministros …
Como é que estas almas, vêm com discursos moralistas, tentar convencer os Portugueses , quando são eles próprios a dar o exemplo contrário ?
Faz o que eu digo, não faças o que eu faço ! ….

terça-feira, junho 20, 2006

Crónicas de viagem 1


Hoje a alvorada foi logo às sete e meia. Era dia do passeio de jangada pelo rio Maracaípe, para ver os cavalos marinhos.
A travessia até ao Pontal foi algo dura. O sol estava bravo, logo àquela hora da manhã, já que não havia vento.
Quando lá chegámos o barqueiro de serviço era o Zé Luís. Negociámos um pouco o preço, “se não vir cavalo marinho não paga, se vir paga a dobrar”, dizia o cara sorrindo, enquanto pegava no frasco de vidro onde iria colocar os cavalos marinhos, para os podermos ver mais de perto, antes de os devolver à natureza.

E lá fomos …. A jangada tinha dois bancos com chapéu de sol, para proteger um pouco os visitantes e atrás o barqueiro com um pau comprido, empurrava a jangada pelo rio fora, escolhendo os locais mais fundos, para não ficar presa na areia.
É claro que vimos cavalos marinhos, vários até que o Zé luís colocou no frasco e que fotografei variadas vezes. Vimos também caranguejos de vários tamanhos e feitios, que circulavam por entre a floresta de raízes aéreas dos mangues, que enchiam as margens.
Vimos peixes balão, vimos uns lindos pássaros amarelos, que não fixei o nome e que fugiram à foto no último segundo. Vimos o bar flutuante, agora numa ilha do meio do rio, graças à maré vazia, mas que ficava todos os dias a flutuar, logo que a preia-mar inundava o rio de mais água, submergindo muitas destas ilhotas de mangue.
Zé Luís dava explicações variadas, sobre o que estávamos a ver e ao mesmo tempo recolhia todo o lixo, que encontrava na água, ou nas margens e que colocava num balde para despejar em terra.
“Sabe, este é o nosso ganha pão, é preciso preservá-lo”, dizia exibindo o seu enorme sorriso.
“Dantes a vida era bem mais dura, passávamos o santo dia a apanhar aratu (caranguejo), que vendíamos aos restaurantes, para fazer casquinha. Agora a vida está melhor, somos 24 barqueiros e pegamos os turistas à vez, sem discussão”.
Por duas vezes a barcaça, ficou presa na areia, já que a maré continuava a vazar. Aí saíamos, enterrávamos os pés no lodo e caminhávamos um pouco pelo rio, até atingir local mais fundo.
Outro barqueiro passou e mostrou um cavalo marinho colorido, que estava na margem agarrado às raízes dos mangues.
Estivemos mais de uma hora deslizando pelo rio, absorvendo aquela natureza e dando graças por ainda haver quem preserve e proteja a nossa biodiversidade, uma das maiores riquezas deste planeta lindo, cujo maior predador é o bicho homem, ser totalmente contraditório, capaz do melhor e do pior.
Que os cavalos marinhos de Maracaípe possam sobreviver por muitos anos, cuidados pelos nativos como o Zé Luís, que apesar de iletrados, contém em si mais sabedoria, que muitos doutores que eu conheço.


Saravah Zé Luís… saravah Maracaípe ….
Espero voltar !

segunda-feira, junho 19, 2006

Os netos de Hitler

Tenho assistido com enorme espanto e algum nojo ao desenrolar do folhetim iraniano.
Para além de todo o folclore político habitual e das declarações algo bombásticas de ambos os lados, sempre me admirou bastante as declarações explosivas daquele sujeito baixinho e desprezível, que os ayatolas, puseram na presidência do Irão.
Negar o holocausto nazi, sempre me pareceu uma cretinice tão gigante e incompreensível, que me parecia que algo não batia certo, naquela história toda .
Eu sei, que eles por lá, nutrem um ódio de morte pelos israelitas (em grande parte justificado, por todos os disparates sanguinários, que os judeu fizeram nos últimos anos na Palestina), eu sei que também detestam americanos (também justificado não só pelo apoio americano, ao anterior Xá, mas principalmente pelas políticas agressivas, de outro cretino, que dá pelo nome de George Bush, nomeadamente no que toca ao Iraque).
Mas daí até negar o inegável crime contra a Humanidade que foi o Holocausto, com a matança tenebrosa de seis milhões de judeus, ciganos, deficientes e outros, era algo que ultrapassava a minha compreensão e me fazia bastante confusão.
Até que há poucos dias vim a saber algo que desconhecia e que permitiu fazer luz, sobre este assunto.
Foi a História do passado, que me permitiu entender o presente.
È que o Irão foi aliado de Hitler, na 2ª Guerra Mundial !!! …. Os nazis tinham muitos adeptos, por aquelas bandas, estiveram por lá e construíram bairros inteiros e outras infra-estruturas em Teerão e noutras cidades …. Certamente, nessa altura, deixaram por lá descendentes e pelos vistos também adeptos.
Quando a guerra acabou viram-se do lado dos derrotados, o Xá da época foi destronado e substituído pelo filho (Reza Palehvi), mas os seus descendentes lá ficaram, calados até hoje.
Por isso é bem possível que o tal homenzinho repugnante e desprezível, que hoje do alto da sua cadeira do petróleo, questiona a existência do holocausto, seja afinal de contas um dos netos de algum refugiado nazi ( não de Hitler, porque este era estéril). Assim já conseguiria compreender as suas declarações (embora não as possa aceitar, claro !).
Não me admiraria também que tal criatura estivesse já a financiar os vários grupúsculos de extrema direita, que pouco a pouco vão emergindo na cena política europeia. È que o homem, tem petróleo, muito petróleo … e o petróleo é a energia que move o mundo (infelizmente!) ….

sábado, junho 17, 2006

Para quem gosta de Jazz


Vale a pena !

Aconselho.

O local é maravilhoso e a música é boa !

Amor

sexta-feira, junho 16, 2006

Bandeira


Desculpem lá, não é a da selecção.

Compadres

António Mexia, recém nomeado presidente da EDP, arranjou um novo assessor jurídico para a empresa: o nosso querido amigo e ex-vedeta nacional Pedro Santana Lopes.
Realmente amor com amor se paga. António Mexia foi ministro das Obras Públicas no governo de Santana Lopes e agora cá vem pagar o favorzinho, oferecendo um tacho de 10 mil euros por mês, ao seu antigo benfeitor, à custa das nossas facturas de electricidade !!!
Espera-se para breve um aumentozinho da mesma, pois claro, é para pagar o "petrol" destes novos assessores ....
Termino com uma pergunta: Quem consegue advinhar qual será o tachinho, que está reservado para o nosso querido Sócrates, quando ele se fartar desta "brincadeira" de governar os portugueses ?

domingo, junho 11, 2006

Olho

sábado, junho 10, 2006

A solução final !

A ministra da Inquisição, pensa despedir todos os 140 mil professores que actualmente leccionam em Portugal !
Sim, porque é que o país terá que aturar estes malandros, que em vez de ensinar os nossos filhinhos, nada fazem e estão nas escolas apenas a gastar o nosso rico dinheirinho .
Todos para a rua, já !
Para ensinar os alunos portugueses, a Ministra estuda duas possíveis soluções:
--- Os pais organizam um esquema rotativo e são eles a ensinarem os seus filhos e os restantes alunos da turma, aproveitando os magníficos recursos existentes nas escolas portuguesas;
--- Establecimento de protocolos com a SIC e a TVI, para emissões alargadas dos Morangos com açucar e Felisbela, com conteúdos que abranjam todas as àreas curriculares;
Com esta medida radical o Estado pensa alcançar um redução considerável no défice, equivalente a 0,3% do PIB, para além de eliminar um foco de instabilidade social.
Abençoada ministra, que este maravilhoso país tem !!! ....

quinta-feira, junho 08, 2006

Pós-rupestre

Onde anda o Bloco ?

Nos últimos tempos temos assistido a um fenómeno curioso: o misterioso desaparecimento do Bloco de Esquerda.
O Bloco era até há uns meses atrás, presença constante nos orgãos de comunicação. Pretendiam ser uma oposição de esquerda ao "status quo" vigente, com opiniões novas e algo diferentes da tradicional cartilha comunista. Cresceu ao mesmo tempo que o "cassete" Carvalhas, ia esvaziando o PC, com um discurso bolorento e uma presença sombria e nada convincente.
Foi pouco a pouco reunindo os muitos "orfãos" de esquerda, que não se reviam em nunhum dos "organismos", da selva partidária actual.
O "balão" foi enchendo, enchendo ... e se calhar rebentou, algures por aí, silenciosa e discretamente, após a pesada e dolorosa derrota de Louçã, nas últimas eleições presidenciais.
Talvez o problema seja precisamente esse, ou seja o Bloco era (é) Francisco Louçã e arredores ... mais nada ! E a "pastilha" Louçã, foi chupada até ao tutano, nas últimas eleições presidenciais ... o homem gastou todas as munições na altura, num esforço desesperado, por ganhar a batalha da esquerda ... e agora já nem sequer um "tirinho" lhe sobra, coitado !
Após as presidenciais o Bloco, fechou a loja, deixou algumas figuras secundárias a marcar presença na Assembleia da Républica e partiu de férias, algures para as Caraíbas, ou outro destino totalmente anónimo e inócuo.
E o país por cá ficou, com os tais "orfãos", cada vez mais orfãos, condenado a resignar-se em meter uma bandeirinha na janela e apoiar a seleçcão do capitalismo, atrás da bola, sonhando com o Figo e o Cristiano Ronaldo, em vez de sonhar com Che Guevara ou Martin Luther King ...
O governo pós-salazarista de Sócrates vai de vento em popa, a oposição encolheu até ficar do tamanho do Marques Mendes, o euro vai saltando dos bolsos a uma velocidade cada vez mais estonteante, o défice vai bem obrigado e recomenda-se ...
Onde anda o Bloco de Esquerda ? ... Até a meia dúzia de gatos pingados, daqueles paspalhos da extrema direita (figuras decalcadas de algum filme de série C de Holiwood), conseguem ser mais falados e inflacionados pelos Media , do que eles que afinal de contas sempre receberam largas dezenas de milhares de votos, nas várias eleições do nosso Jogo da Democracia.

domingo, junho 04, 2006

Odelouca

Era uma vez um ribeiro. Corria entre montes e vales, dirigindo-se para o mar.
Já o fazia há milénios, dia após dia, hora após hora … no Inverno as suas águas eram turbulentas e apressadas, alimentadas pelas águas que desciam das montanhas sobranceiras … no Verão, corria molengão, com um fiozinho bem estreito e sonolento, quase desaparecendo entre as margens tórridas, que o comprimiam.
Os povos que viviam nas suas margens, chamavam-se José, Manel, António ou Maria … aproveitavam as suas águas e com elas matavam a sede e regavam os campos, fazendo nascer as couves e as batatas, as laranjas e o melão … que mais tarde davam origem a mais Josés, Manéis e Marias …
As terras das suas margens eram férteis, as águas eram boas e o clima ameno e agradável …
Perto da foz, quando as suas águas chegavam ao mar, a terra expandia-se em praias de areia branca e fina , numa harmonia simples e natural, velha de milhões de anos, mas sempre jovem e adorável …
Esta ribeira era chamada de Odelouca, a região era conhecida por Algarve, situada na extremidade ocidental da Europa.
Com o tempo vieram mais Josés, Manéis e Marias e com eles também os Miguéis, Paulas e Manuelas.
Mais tarde viram os Manfreds, os Walkers e os Wolfgangs … e depois os Vladimirs, os Boris e as Vioricas.
Toda a gente, queria lá viver e vieram mais e mais e mais … Fizeram casas e mais casas, estradas, vilas e cidades.
As águas da ribeira outrora abundantes e cristalinas, começaram a ser escassas e poluídas e por vezes, nos Verões mais tórridos, paravam até de correr …
Foi então que um primo do José e da Maria, que tinha ido ainda novo estudar para a grande cidade, teve uma ideia, para resolver a situação: fazer uma barragem, para conter as águas da ribeira, impedindo-as de correr até ao mar, como sempre fizera, armazenando assim água para as alturas em que elas faltavam.
O bicho homem, dizia-se o mais inteligente dos animais e decidira submeter tudo o resto aos seus desígnios, alterando a natureza a seu belo prazer, sem se importar com as consequências …
Com o primo doutor, vieram engenheiros, arquitectos e políticos, todos da grande cidade, todos engordados a sapiência e hamburgers … e numas folhas de papel, traçaram o destino da ribeira …
Mas havia um problema, para uma obra daquela grandeza era preciso dinheiro, muito dinheiro e isso eles não tinham …
Por isso pegaram em todos aqueles planos, escritos e desenhos e mandaram-nos para Bruxelas, onde viviam umas formiguinhas diligentes e trabalhadoras, que fabricavam euros, dia e noite, sem parar.
Infelizmente para eles, o José e a Maria tinham outro primo, o Zeca, que não gostava de doutores, barragens e betão e que estava determinado em impedir as formiguinhas de mandarem euros, para construir a barragem.
Para isso lembrou-se de ressuscitar o lince, uma espécie de gato selvagem, que outrora vivera nestas paragens . Foi até Espanha, onde ainda haviam alguns destes animais, recolheu umas caganitas dispersas e trouxe-as até á ribeira, espalhando-as nas suas margens, para assim provar a existência do bicho, que iria ser destruído e ameaçado, com a construção da barragem.
As formiguinhas de Bruxelas ficaram horrorizadas e não mandaram mais euros, deixando o primo doutor todo lixado e as obras da barragem paradas.
A ribeira continuava a correr até à foz, sem espartilhos, nem muros e os Manéis, Manfreds e Paulas, ficaram sem água, para lavarem os seus carrinhos, ou regarem os seu campos de golfe.
Até que um outro primo da capital, teve uma ideia brilhante, para convencer as formiguinhas de Bruxelas. Fazer um corredor ecológico de 300 kms, uma espécie de auto-estrada vegetal, com setas e mapas, para os bichos não se perderem, claro, para convidar os linces de Espanha, a virem comer uns coelhitos e umas lebres, até aqui á serra de Monchique ! Afinal de contas, se isto é bom para os Mikes, as Madonas e os Wolfgangs, virem passar umas férias, porque é que não há de ser também, para os linces ?

sábado, junho 03, 2006

Vidas

Última jogada

Avó Ternura


Malhão, Tavira