sábado, novembro 12, 2005

Referendo

Em principio sou contra os referendos. Todos !
Teoricamente é uma boa ideia. Só que é uma ideia para países civilizados e onde haja uma boa dose de civismo e espírito de cidadania ( tipo Suiça, Suécia ou Finlândia ).
Nos outros, incluindo o nosso, a prática é bem diferente. Os eleitores que se dão ao “trabalho” de ir votar (geralmente uma minoria), acabam em grande parte por dar um voto de confiança ou descrédito, no governo que lançou a consulta e não estão propriamente a responder à questão que está a ser referendada.
Ainda assim, se tiver mesmo que se realizar um referendo em Portugal, proponho que se coloque também outra questão: Se os Portugueses estão de acordo com os projectos da Ota e do TGV ?
Será que estamos de acordo em nos enterrarmos económicamente ainda mais, com projectos megalómanos e de eficácia duvidosa ?
Será que não aprendemos nada com os 10 estádios do Euro ?
Será que devemos escolher de novo enterrar a cabeça na areia e passar a pesada factura para os nossos filhos e netos ?
Se este país é realmente uma democracia, então qualquer governo tem o dever de perguntar aos Portugueses se querem realmente enveredar por este caminho.
É que quando chega a altura de pagar tão elevadas facturas, os políticos tendem sempre a desculpar-se dizendo que foram outros os culpados de tais aventuras …

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Essa dos referendos dá para pensar... Por exemplo, na Suécia de que falas se fizessem um referendo relativo às liberdades individuais de cultivo para auto-consumo (sim, do bendito cânhamo) a coisa chumbava, que aquilo é o maior bastião europeu do proibicionismo. E pergunta-se: os cidadãos, cultos, felizes, protegidos pelo estado-social e pela cultura, pelo desenvolvimento social e económico, podem ser estúpidos, devido aos efeitos da propaganda fascista? Sim, claro! Os gajos até há poucos anos atrás nem sabiam que a eugenia agressiva era praticada na sua própria sociedade, que esterilizou milhares de alcoólicos e outros doentes...
Mas acho que a Ota e o TGV não são papões. O problema é que o debate está apenas com os políticos. Talvez valesse a pena ouvirmos debates com o pessoal da geografia e pensar prospectivamente nas coisas grandes que daí podem sair... Os estádios são um mau exemplo: esses são um produto da estupidez e da máfia do futebol em conluio com a avidez de dinheiro dos grunhos da construção civil. Porque não pensar no porto de Sines ou no Alqueva? Será o primeiro um elefante branco? E o segundo, para além de dar para regar campos de golfe não poderá, um dia futuro, servir para reanimar o Alentejo? Porra! Que optimista que estou... Esse dia não deve chegar enquanto eu viver - se é que alguma vez chegará... Mas é assim... há momentos em que dá vontade de ter esperança...
C.Marley

14/11/05 00:04  
Anonymous Anónimo said...

Parece-me evidente que se o Estado não investe na formação e cultura de forma a desenvolver cidadãos informados e responsáveis, e se estes nem encontram motivação para participar politicamente, os referendos não fazem sentido. um exp. Para mim a ideia de ir referendar o aborto é perfeitamente absurda. só pelo protesto eu nem deveria ir participar.
faz sentido que o estado pergunte aos seus cidadãos se deve providenciar pela saúde destes? Não faz sentido nenhum! Sobretudo quando nunca se esforçou por explicar ao povo prós e contras e deixou a igreja governar o assunto.
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Em relação aos projectos da OTA e TGV, se a questão for económica, eu acho que não nos deveríamos dar ao trabalho de pensar em referendos. Se os governantes não sabem gerir o país, não estão a cumprir o seu trabalho, devem sair fora. As questões económicas devem ser da responsabilidade dos governos, senão o que é que eles estão lá a fazer? Leis e gestão deve ser com eles.
Quanto a outros assuntos, como os éticos, os governantes tem encontrado algumas razões para justificar os seus interesses. Mas não são consistentes na sua argumentação.
faz sentido, que por razões filosóficas/religiosas, se dê mil atenções à questão do aborto e não se pergunte à armada e aos portugueses, se será uma boa ideia estes partirem para missões idiotas no estrangeiro onde podem perder a vida?
Ou se será um bom investimento gastar dinheirinho, que a todos/alguns sai do bolso, com a manutenção destas missões, quando temos tantos problemas cá dentro, como o das florestas, por exp.
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Pois é, há coisas neste país, que às vezes não fazem sentido nenhum!
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Bjinhos ((( : )
paula

14/11/05 21:58  

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